O Capitão Amílcar da Fonseca Morais nasceu a 17 de Março de 1931, na localidade de Lanheses,

Freguesia de Valongo do Vouga. Frequentou a Escola Primária de Valongo do Vouga.

Compositor e oficial chefe de Banda de Música do Exército estudou composição e História da Música em Coimbra respetivamente com os professores Sousa Santos e Tobias Cardoso Contraponto e Fuga Atonal, na Conservatória do Porto, com Cândido Lima.

A sua carreira militar e artística desenvolveu-se fundamentalmente na escola das Bandas Regimentais, condicionada hierarquiamente, por concursos e provas musicais públicas.

Durante as suas comissões de serviço por África, foi trompista da Orquestra de Salão do Rádio Clube de Moçambique e posteriormente, professor de Acústica e História da Música na Academia de Luanda.

Nos anos setenta, participa em diversos concursos para composições destinadas a serem executadas por Bandas Militares, tendo obtido honrosas classificações, destacando-se dois primeiros prémios com “Cidade Invicta” e “Caçadores do 1”.

Atento e sensível ao problema de cativar as camadas jovens, atualizando o repertório das Bandas Marciais Militares, em 1974, compõe “Pop Show n.º 1”, iniciando assim uma selecção de outras obras que mudaram radicalmente o estilo de actuação e execução das Bandas Marciais.

Em 1976, foi convidado a formar e dirigir  a prestigiada Orquestra Ligeira do Exército, sediada na Escola Militar de Electromecânica - Paço d'Arcos onde permaneceu maestro durante 10 anos. 

Em 1980, no cumprimento de um protocolo cultural da Presidência da República é nomeado pelo Gabinete do Sr. General Ramalho Eanes, para chefiar uma missão Militar de Cooperação na República Popular da Guiné - Bissau. Neste espaço africano estudou a cultura tradicional das etnias Balantas e Mandingas, recolhendo importante material temático dos seus cantares tradicionais.

A convite do Secretariado da Emigração, deslocou-se em 1985 à cidade de Full River para fazer parte do Juri do II Concurso de Filarmónicas (Luso-Americanas) da Nova Inglaterra (U.S.A.) por assinar a partitura "Nas Margens do Águeda", peça de execução obrigatória naquele festival.

Em 1987 dirigiu o Coral da Casa da Cultura dos Trabalhadores da Quimigal e posteriormente a Orquestra Filarmónica 12 de Abril.

Foi um dos principais obreiros e dinamizadores na criação da U.B.A., escrevendo o hino “União das Bandas de Águeda”, para ser executado, sempre em conjunto nos seus festivais.

Pelos longos anos de trabalho, empenho e dedicação às bandas foi condecorado em 31 de Maio de 1993 com a “Medalha de Instrução e Arte”, galardão máximo da Federação Portuguesa das Coletividades de Cultura e Recreio.

Na Fundação do Conservatório de Águeda foi a espinha dorsal na sua estrutura pedagógica e administrativa.

É membro de “The International Military Music Society”.

Em 1998, como personalidade convidada, integrou o Júri na prova de Aptidão Profissional (Prova Solista do 12º Ano do Curso Instrumental de Sopro da "ARTAVE"-Escola Profissional Artística do Vale do Ave).

No seu percurso escreveu e compôs abundantemente para pequenos grupos, Orquestras Ligeiras, corais, Teatro, Bandas Filarmónicas e Bandas Militares. A alma Aguedense encontra-se nas suas composições: “Nas Margens do Águeda”, “Águeda Florida”, “Ressonâncias de Águeda”.

Foi-lhe atribuído, como personalidade do ano, o “Judeu D’Ouro 2000” pela Associação dos Naturais e Amigos de Águeda (ANATA).

Autor do “Cancioneiro do Concelho de Águeda”, trabalho iniciado em 1997. Trata-se de uma coletânea com cerca de 400 espécimes poética-musical que constitui um inestimável património de colheita coletiva para assegurar a salvaguarda do canto tradicional da região, minorando um espaço vazio que há muito se fazia sentir no Concelho de Águeda. Este trabalho foi doado no ano de 2002 à Câmara Municipal de Águeda.

Foi também autor do "Florilégio Coral" que é uma obra "Livro", de conteúdo Técnico para Grupos Corais.

No VI Encontro de Filarmónicas do Distrito de Coimbra, promovido pela F.F.D.C., que teve lugar no dia 10 de Junho de 2003, na Praça da Canção, em Coimbra, como maestro convidado regeu 35 Bandas em Parada com cerca de 1.800 executantes, interpretando, além do Hino Nacional, a sua composição “Lira - 2003”, escrita expressamente para esse evento.

O Capitão Amílcar da Fonseca Morais é uma forte personalidade, com qualidades humanas entre as quais se destaca a inteligência, o contacto caloroso, o entusiasmo contagiante e empenhado.

Como notável compositor e maestro, a sua obra e o seu estilo ocupam um lugar de primeiro plano na divulgação da música popular portuguesa, sendo um compositor com ideias próprias, força e inovação criativa, brilhante, talentoso, abordando diversos géneros e matrizes musicais, mas sempre com referências etnográficas e fragmentos das memórias pessoais e afectivas da sua Águeda - a - Linda.

 

Pode-se ler a entrevista do Capitão Amílcar da Fonseca Morais no site das Bandas Filarmónicas em:

http://www.bandasfilarmonicas.com/entrevistas.php?id=4